Categoria: Nota

 NOTA DE CONSTERNAÇÃO E SOLIDARIEDADE

 NOTA DE CONSTERNAÇÃO E SOLIDARIEDADE

A Escola Brasileira de Psicanálise do Campo Freudiano vem manifestar sua preocupação diante da irresponsável política de Saúde Pública praticada no Brasil.

Além da pandemia da COVID-19, que se mostra assustadora em todo o mundo, há em nosso país uma ofensiva que desarticula os cuidados mais elementares e cientificamente comprovados que poderiam atenuar seus efeitos mortíferos. Consolida-se no Brasil uma clara e perigosa aliança com a morte. Urge que a Sociedade Civil, em suas diversas instâncias e setores, organize-se para se opor a essa letal irresponsabilidade.

Como psicanalistas, sustentamos como pré-condição para a nossa prática o mais radical uso da palavra. Freud chamou-a de “associação livre”, o que consiste em falar, sem recuar, diante de quaisquer objeções. Embora de caráter privado, essa prática exigirá, como contrapartida, um Outro social extensivo a ela, organizado a partir de princípios democráticos e republicanos, segundo os quais o exercício da livre expressão seja garantido por um Estado de Direito.

A história da psicanálise demonstra que, por seus princípios, ela sempre esteve na direção oposta dos regimes autoritários e coercivos que não tenham a vida como valor supremo, e que incidam sobre sua prática amordaçando sujeitos, atacando-a e por vezes proibindo-a, como o século XX já bem demonstrou. A situação que hoje vemos avançar no Brasil, quando a própria vida parece ter perdido inteiramente o valor, colide com nossos princípios, uma vez que o enfrentamento ao que Freud chamou de “pulsão de morte” sempre foi feito na direção da sustentação de um desejo pela vida.

Solidarizamo-nos, portanto, com os que sofrem as consequências dessa catástrofe, seja pelos efeitos da doença, seja pela crescente precarização de condições favoráveis à alegria de viver que só um espaço subjetivo desejante propicia.

Aos já extenuados profissionais da saúde, aos que lutam pela vacina e sua ampla administração, àqueles que sustentam um discurso contra esse obscurantismo, nosso mais enfático agradecimento e solidariedade.

Conselho e Diretoria da Escola Brasileira de Psicanálise do Campo Freudiano

Carta aberta em defesa da Democracia Veredas

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Carta Aberta da Escola Brasileira de Psicanálise em defesa da Democracia

Estamos a algumas semanas do segundo turno de uma eleição que incidirá sobre os alicerces da nossa República e mais radicalmente, implicará em uma escolha entre o ódio ou a democracia, entre o espírito das leis ou uma violência sem freios. No vácuo de uma crise da política representativa e de uma perda de confiança nas instituições, uma parte significativa da população brasileira dá vazão a um discurso de ódio que passa a proliferar na cena social, trazendo consigo expressões típicas do fascismo, tais como a intimidação, o fanatismo e o terror. A instauração deste discurso em toda a sua virulência no laço social e no espaço público, implicam num retrocesso sem precedentes em relação aos avanços que o regime democrático ensejou em suas três últimas décadas no Brasil. Este veio autoritário e dogmático que desponta na subjetividade da época requer, urgentemente, leitura e interpretação.
A democracia assume uma relação direta com a vida, pois, como a psicanálise nos ensina, é atravessada pelos acontecimentos contingentes que marcam a história política de um povo. Cabe a nós, psicanalistas, continuarmos a dar lugar às palavras e aos atos que honram nossos laços com a democracia e com as liberdades públicas. Estes são os propulsores do desejo que esta carta aberta subscreve, como consequência da fala e da presença dos numerosos membros da Escola Brasileira de Psicanálise que participaram da Conversação “Psicanálise e democracia”, promovida pela Movida Zadig-Brasil/ “Doces e Bárbaros”. Uma manifestação enquanto Escola, portanto, só poderia advir da prática da conversação como ato político, e como consequência de uma elaboração provocada, neste momento de crise. Assumir a defesa da democracia neste difícil e grave momento da história de nosso país, exige instaurar uma base permanente de mobilização e diálogo com os núcleos esclarecidos da sociedade civil, por meio de nossa Rede de Política Lacaniana, La Movida Zadig-Brasil. Esperamos que nos próximos dias os movimentos e as forças políticas que se abrigam no mais autêntico espírito republicano, saibam proteger e defender a democracia. A Escola Brasileira de Psicanálise reafirma a sua veemente defesa destes valores fundamentais, e seu repúdio aos discursos de ódio, que promovem a ruína da sociedade e da cultura, e cujos resultados, a história nos ensina, são um empuxo rumo à catástrofe, ao pior.

Jésus Santiago (Responsável pela Movida Zadig-Brasil/ “Doces Bárbaros”)
Lucíola Freitas de Macêdo (Presidente da EBP)
Luiz Fernando Carrijo da Cunha (Diretor da EBP)

13.10.2018.

Nota de Repúdio Marielle Franco – Cartaz

Nota de Repudio

Judith Miller – Nota de Maria do Rosário

Judith Miller , nossa querida Judith , como disse Miquel Bassols, com sua firmeza e seu sorriso acolhedor fez a  Nova Rede Cereda ganhar força no Brasil, incentivando e acompanhando  com enorme interesse a formação de cada um dos núcleos. Ela estava sempre atenta à criação dos instrumentos de comunicação entre os núcleos do Brasil, da América e da Europa, os boletins, as jornadas, as conversações, que hoje temos a grande responsabilidade de sustentar. Trabalhar com Judith no CEREDA e no CIEN foi uma grande aprendizagem. Sua simplicidade era cativante. Sua disposição para o trabalho era um incentivo permanente. Obrigada , Judith!!! Levaremos adiante o trabalho nas redes do Campo Freudiano, que vc fundou e orientou durante todos esses anos. Uma nova geração já foi tocada e continuará esse seu legado.

Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros

Judith Miller – Nota de falecimento

 

Caros colegas e alunos,

É com grande tristeza que comunicamos o falecimento de Judith Miller, presidente do Campo Freudiano, fundação da qual são filiados os Institutos, entre os quais o Instituto de Clínica Psicanalítica do Rio de Janeiro.

Judith Miller não só presidiu o Campo Freudiano, como, com o desejo decidido que foi a marca de sua presença entre nós, ajudou a sedimentar as bases desse Campo e a vivificá-lo sempre que necessário.

Sua aposta decisiva se fez presente na criação do ICP-RJ, contribuição sem a qual ele não se estabeleceria. Sua presença doce e firme nos orientou nesse caminho e sentiremos muito sua falta.

Enviamos à sua família nossos mais sinceros sentimentos.

A Diretoria do ICP-RJ

Paula Borsoi – Diretora Geral

Ronaldo Fabião – Diretor Tesoureiro

Glória Maron – Coordenação de Ensino

Tatiane Grova – Coordenação de Núcleos

Cristina Duba –  Coordenação de publicação

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