CURSO FUNDAMENTAL

Turma 2025

Leitura do estádio do espelho e o registro do imaginário.

  • Coordenação: Maria Inês Lamy
  • Datas: 19/03, 02/04, 16/04, 30/04, 14/05, 28/05, 11/06, 25/06
  • Horário: Quartas feiras 19:00-21:00h. Frequência quinzenal.

 Valendo-se da observação do psicólogo Henri Wallon, Lacan nota que o infans, ainda mergulhado na impotência motora, antecipa-se numa identificação à imagem no espelho. Define essa assunção jubilatória da imagem especular como “a matriz simbólica em que o eu se precipita numa forma primordial.”[1]

Essa concepção sofrerá algumas torções. Após formular os três registros (imaginário, simbólico e real), Lacan conceitua o esquema ótico, no qual a imagem do corpo se produz a partir do simbólico e, mais tarde, localiza na imagem o objeto não especularizável.

Nesse curso, propomos trabalhar as teses fundamentais do texto “O estádio do espelho como formador da função do eu”, articulando-as a formulações posteriores do ensino de Lacan. Veremos como o imaginário mostra-se indispensável para pensar os impasses na construção do corpo e a pregnância das imagens nos dias de hoje.

Referências Bibliográficas:
Brousse, M. H. “Corpos lacanianos: novidades contemporâneas sobre o estádio do espelho”. Em: Opção Lacaniana online ano 5, número 15, novembro de 2014.
Freud, S. “Introdução ao narcisismo”. Em: Obras Completas, vol. XIV
Lacan, J. “O estádio do espelho como formador da função do eu”. Em: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998
Lacan, J. O seminário livro 1: os escritos técnicos de Freud: caps. VII, X e XI. Rio de Janeiro: J. Zahar Ed., 1979.
Lacan, J. O seminário livro 10: a angústia, cap. III. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
Miller, J. A. “Introdução à leitura do seminário 10”, caps. V e VI. Em: Opção Lacaniana n. 43, maio de 2005.
Wallon, H. “As origens do caráter na criança”. Em: Opção lacaniana n.36, maio de 2003.

Leitura do Caso Dora

  • Coordenação: Isabel do Rêgo Barros Duarte
  • Datas:. 26/03, 09/04, 23/04, 07/05, 21/05, 04/06, 18/06, 02/07
  • Horário: Quartas feiras 19:00-21:00h. Frequência quinzenal.

Nesses encontros do primeiro semestre de 2025, nos debruçaremos sobre um dos 5 casos mais importantes trabalhados por Freud, o primeiro construído logo após o marco da invenção da psicanálise de 1900. O caso Dora pode ser estudado sob vários aspectos, pois toca temas centrais da análise de uma neurose. Nessas aulas, abordaremos dois eixos principais: 1. A transferência e a direção do tratamento; 2. A constituição do sintoma histérico. Além disso, com o objetivo de animar a participação, discutiremos também as aparições dessa organização sintomática nas análises de hoje.

Referências Bibliográficas:
Freud, S. Sobre o mecanismo psíquico dos fenômenos histéricos: comunicação preliminar. Casos clínicos (1894/1975). Edição Standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. II, p.39-190.
Freud, S. – Fragmento de uma análise de um caso de histeria (caso Dora) (1905). In: Histórias clínicas. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2021 (Obras Incompletas de Sigmund Freud), p.29-172.
Freud, S., Fragmento da análise de um caso de histeria (1905[1901]). In: Freud, S., Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Rio de Janeiro: Imago Editora, vol. VII
Lacan, J. Intervenção sobre a transferência. In: Escritos. Rio de Janeiro: Zahar Ed, 1998, p.214-228.
Lacan, J., Dora e a Jovem Homossexual. In: Lacan, J., O Seminário, livro 4: A relação de objeto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Laurent, E., Falar com seu sintoma, falar com seu corpo. In: http://enapol.com/vi/pt/portfolio-items/falar-com-seu-sintoma-falar-com-seu-corpo/

Turma 2024

Leitura do Caso do Homem dos ratos

  • Coordenação: Vinicius Darriba
  • Datas: 19/03, 02/04, 16/04, 30/04, 14/05, 28/05, 11/06, 25/06.
  • Horário: Quartas feiras 19:00-21:00h. Frequência quinzenal.

 O curso propõe a leitura do caso do Homem dos Ratos, publicado por Freud em 1909, e paradigmático para a elucidação das questões em jogo na proposição pelo autor de uma ‘neurose obsessiva’, bem como relativas a sua clínica. Através do caso, avança-se nas implicações da decisão de Freud de abordar os sintomas obsessivos segundo a lógica do inconsciente, situando a partir daí temas centrais à psicanálise, como o sujeito e o Outro; o pensamento e o ato; a fantasia e a satisfação paradoxal.

A retomada do caso do Homem dos Ratos oportuniza interrogarmos o que sua leitura ainda nos ensina, tendo em conta as coordenadas de nossa época e os desafios que a clínica psicanalítica tem apresentado.

Referências Bibliográficas:
Barros, R. R. Compulsões e obsessões: uma neurose de futuro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
Freud, S. [1909] Observações sobre um caso de neurose obsessiva (caso Homem dos Ratos). Em: Obras incompletas de Sigmund Freud, Histórias clínicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
Lacan, J. O mito individual do neurótico ou Poesia e verdade na neurose. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2008.

Leitura de A subversão do sujeito e a dialética do desejo.

  • Coordenação: Ana Tereza Groisman
  • Datas: 26/3, 9/4, 23/4, 7/5, 21/5, 4/6, 18/6, 2/7
  • Horário: Quartas feiras 19:00-21:00h. Frequência quinzenal.

 Neste curso trabalharemos, passo a passo, a montagem e desmontagem do grande grafo de Lacan, com o cuidado de nos determos em cada um dos matemas propostos, e a articulação entre eles. O “Grafo do desejo” nos permitirá uma leitura psicanalítica do percurso de uma análise que se destaca no campo das psicoterapias.  Sempre que possível trabalharemos com exemplos clínicos, objetivando com isso que a turma possa se aproximar do grafo como instrumento de transmissão da psicanálise.

Tópicos mais relevantes:

Psicoterapia e psicanálise

Demanda, desejo e pulsão

Sintoma e fantasia

Enigma do desejo e significante da falta no Outro

Referências Bibliográficas:
Freud, S.  Sobre a psicanálise selvagem, 1910, in: Fundamentos da clínica psicanalítica, obras incompletas de Sigmund Freud, Ed. Autêntica, BH, 2017, p.81.
Freud, S.  Caminhos da terapia psicanalítica, 1919 (1918), in: Fundamentos da clínica psicanalítica, obras incompletas de Sigmund Freud, Ed. Autêntica, BH, 2017, p. 191
Lacan, J. Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano, in: Escritos Jacques Lacan, Ed. Jorge Zahar, RJ, 1995, p. 807
Miller, J.-A. Psicanálise pura, psicanálise aplicada e psicoterapia, in: Opção lacaniana on-line, ano 8, número 22. Disponível em: http://www.opcaolacaniana.com.br/nranterior/numero22/texto1.html
Miller, J.-A. Perspectivas dos escritos e outros escritos de Lacan. Entre desejo e gozo. Segunda lição. Ed. Jorge Zahar, RJ, 2011, p.28.

Turma 2023

Leitura do Caso Schreber

  • Coordenação: Doris Diogo
  • Datas: 20/03, 03/04, 17/04, 15/05, 29/05, 12/06, 26/06, 10/07.
  • Horário: Quintas feiras 19:00-21:00h. Frequência quinzenal.

O Caso Schreber é uma referência fundamental no estudo da psicose no campo da psicanálise. Neste curso, partiremos da concepção de Freud (1894/1980) sobre o mecanismo de rejeição na psicose em contraponto às outras modalidades de defesa do eu. Prosseguiremos com uma leitura passo a passo do artigo Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia (Dementia Paranoides) (FREUD,1911/1980) destacando o desencadeamento e a solução elegante de Schreber.

Em seguida, com Lacan (1957-58/1998), abordaremos o conceito de foraclusão do significante Nome-do Pai, seus efeitos na linguagem, no retorno do gozo no corpo e a construção da metáfora delirante de Schreber.

Nas Memórias de Schreber, um escrito testemunhal, buscaremos circunscrever uma mutação no regime de gozo (MILLER, 2008-9) do desencadeamento à construção dessa metáfora delirante e extrair consequências para a clínica da psicose na atualidade.

Referências Bibliográficas:
Freud, S. (1894/1980) “As neuropsicoses de defesa”, v.I. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud (ESB). Rio de Janeiro: Imago.
________ (1911/1980) “Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia  (Dementia Paranoides)”. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud. (ESB). Rio de Janeiro: Imago.v.XII.
Lacan, J. (1955-56/1998) “O Seminário, livro 3: As psicoses”. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
_________ (1957-1958) De uma questão preliminar a todo o tratamento possível da psicose”. Em: Escritos. Jorge Zahar Editor: Rio de Janeiro, 1998.
Miller, J. A.- (2008-9) Sutilezas analíticas. Los cursos psicoanalíticos de Jacques Alain Miller. Buenos Aires: Paidós, 2011.
Schreber, Daniel Paul. (1905) Memórias de um doente dos nervos, trad: Marilene Carone. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2a edição, 1985.

Psicose ordinária

  • Coordenação: Paula Borsoi
  • Datas: 27/3, 10/4, 24/4, 8/5, 22/5, 5/6, 19/6, 3/7.
  • Horário: Quintas-feiras 19:00-21:00h. Frequência quinzenal.

Quando Lacan pronunciou o sintagma, “todo mundo é louco, isto é delirante”, isso reverberou de um certo modo, borrando as estruturas clinicas, deixando a questão diagnóstica muito pouco nítida. Neste curso, pretendemos aprofundar o termo psicose ordinária, cunhado por J. A. Miller, naquilo em que este termo não é um conceito, mas um operador clínico fundamental, dentro do trabalho analítico com as psicoses. Este termo, cada vez mais constante em nossa clínica, mantém-se em um debate vivo, pois não se trata de um novo diagnóstico, mas um modo de tratar as psicoses quando elas não se apresentam do modo clássico. Vamos utilizar os textos -estes sim clássicos-, que esclarecem de modo definitivo este termo. Além disso, nos serviremos dos exemplos clínicos contidos no texto da conversação produzida em Antibes.

Quais são as sutilezas e os detalhes mínimos que devemos observar?  Como se dá a amarração entre os três registros, destacando a topologia em cada caso?

Referências Bibliográficas:
Miller, J.-A.” Abertura a Convenção”, em Batista MC, Laia S. A Psicose Ordinaria, Belo Horizonte, Scriptum Livros, 2012.
________. “Efeito de retorno a psicose ordinária”, em Batista MC, Laia S. A Psicose Ordinaria, Belo Horizonte, Scriptum Livros, 2013.
________. “Todo mundo é louco”. Scilicet, Associação Mundial de Psicanálise, Escola Brasileira de Psicanálise São Paulo, 2024.

Turma 2022

Rumo à Escola.

Leitura do escrito de J. Lacan “Proposição de 9 de outubro de 1967 sobre o psicanalista da Escola”.

  • Coordenação: Angela C. Bernardes
  • Datas: 19/03, 02/04, 07/05, 04/06.
  • Horário: Quartas feiras 19:00-21:00h.
  • Os alunos podem fazer o curso integralmente no formato presencial.
  • As datas marcadas em destaque indicam que a presença é obrigatória. As outras serão transmitidas via zoom.

Seguindo uma orientação relativamente recente da comissão de ensino do ICP, vamos nos servir do texto da “Proposição…” para encaminhar algumas questões centrais na formação permanente do psicanalista na Escola de Lacan. Sendo, o que é um psicanalista, afinal?, a pergunta que sustenta a Escola.

Abordaremos temas relativos ao funcionamento da Escola tais como a diferença entre gradus e hierarquia, o procedimento do passe, trabalho de transferência e transferência de trabalho.

Nosso objetivo primordial é, nesses quatro encontros posteriores ao ciclo de três anos de leituras fundamentais no ICP, nos remetermos ao trabalho de Escola no qual, de fato, alguns dessa turma já estão engajados.

Oficina de Construção da Jornada de Conclusão.

  • Coordenação: Ana Lúcia Garcia e Angélica Bastos
  • Datas: 26/03, 23/04, 21/05, 18/06.
  • Horário: Quartas feiras 19:00-21:00h.
  • Os alunos podem fazer a oficina integralmente no formato presencial.
  • A data em destaque indica que a presença é obrigatória. As outras serão transmitidas via zoom.

O objetivo da Oficina será o de acompanhar a escrita dos trabalhos finais do Curso Fundamental. Uma vez escolhidos tema e orientador por cada aluno, pretendemos conversar sobre sua elaboração e as vias pelas quais o texto pode caminhar.
Para apresentação dos trabalhos, organizaremos a Jornada de conclusão do curso do ICP, com data prevista para 05/07/2025.


[1]              Lacan, J. “O estádio do espelho como formador da função do eu”. Em: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998, p. 97.
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