Patrícia Martins Guimarães Vieira da Silva
(Aluna do ICP-RJ- Turma 2021)
Nos dias 8, 9 e 10 de outubro ocorreram dois eventos importantes para a psicanálise de orientação lacaniana, o X Encontro Americano de Psicanálise de Orientação Lacaniana e o XXII Encontro Internacional do Campo Freudiano, cujo tema foi: “O novo no amor – modalidades contemporâneas dos laços”.
Sempre recolho muitos efeitos de formação ao participar dos eventos do Campo Freudiano, mas a grandiosidade do X ENAPOL e a possibilidade desse encontro ocorrer mesmo em meio a um contexto tão adverso ressoou de maneira especial em meu corpo. Uma emoção com a linda abertura somou-se a uma espécie de convocação ao trabalho sentida a partir da conferência de abertura de Éric Laurent “As promessas de um novo amor”. Ainda com muitas dúvidas e impasses fui tocada pela orientação que Laurent apontou, citando Miller, de que estamos no ano trans. Surgiu em mim um desejo de saber e de estabelecer laços de trabalho transferencial em torno de nossa comunidade.
As redes que se tecem em torno da Federação Americana de Psicanálise de Orientação Lacaniana e da psicanálise aplicada mostraram a dimensão com que nossa prática se insere nos mais variados contextos sociais demonstrando a potência de nossas intervenções e dos efeitos transferenciais que se produzem nos trabalhos em que o diálogo com outros campos de saber é exigido.
Outro aspecto do X Enapol que ressoou em mim de maneira especial é a possibilidade de ouvir os testemunhos de passe que, em série, demonstram aquilo que é mais caro à psicanálise de orientação lacaniana, sua orientação em direção ao sinthome. E este é um a um.
Suponho que sustentar o X Enapol de forma híbrida só tenha sido possível devido a uma forma de amor muito particular à psicanálise: o amor de transferência e a transferência de trabalho que com seu ágalma conseguiu reunir tantas pessoas de tantos lugares, que mesmo à distância puderam transmitir algo da psicanálise nas inúmeras e interessantíssimas mesas simultâneas e nas conversações tocando assim a cada um de nós de maneira singular relançando nosso desejo em torno de nossa prática clínica e de nosso laço com a Escola.