Sobre as XXV Jornadas Clínicas da EBP-Rio e do ICP-RJ, escolhi trazer como fui especialmente atravessada pelos trabalhos das Mesas Simultâneas e da Conversação Clínica. Entre tantos espaços de formação, as Jornadas oferecem a oportunidade do encontro com o trabalho de colegas compartilhando seu fazer na clínica.
As Mesas apresentaram uma diversidade quanto aos múltiplos espaços onde a psicanálise está presente. Alguns casos acompanhados na rede de saúde mental do Rio, da qual faço parte, apontaram impasses que muito se aproximam daqueles frequentemente vivenciados no trabalho entre muitos dos Centros de Atenção Psicossocial, impasses para os quais é preciso um manejo cuidadoso e singular, tanto junto ao paciente, quanto do lado da equipe. Diante do atual desmonte dos serviços de saúde mental, um momento como esse nos dá um respiro a mais para continuar sustentando a clínica e a psicanálise na cidade.
A Conversação confirmou a aposta a que Paula Borsoi se referiu na abertura, concernente ao trabalho de cada um nos Núcleos de pesquisa do ICP, espaço que por tantos anos acolhe e instiga o desejo de saber fazer com o real em jogo na própria formação do analista. Enquanto participante da discussão sobre o caso levado por Bruna Guaraná, foi interessante pensar a escrita de um caso clínico e percorrer com ela os muitos momentos dessa escrita, efeito daquilo que era recolhido no trabalho com os parceiros do Núcleo Práticas da Letra, até chegar à Conversação. Esta representou a chegada a uma conclusão deste trabalho, mas também incluiu um ponto de abertura, a partir do debate e das pontuações preciosas de Araceli Fuentes.
Que novas Jornadas cheguem, relançando vivamente os dados de nossas apostas!
Ana Cláudia Jordão
Participante do Núcleo de Pesquisa Práticas da Letra