Impressões
Stella Maris Jimenez Gordillo – Topologia
O que mais gostei no Congresso foi a intervenção de Gustavo Dessal que demonstrou que o capitalismo atual exige do sujeito uma enorme flexibilidade e disposição para se adaptar rapidamente as novas situações e as mudanças nas condições de trabalho. Ao sujeito lhe é demandado não pensar para não perder tempo e assim conseguir sobreviver.
O desafio do psicanalista é tentar introduzir o tempo de compreender no sujeito, à contramão do discurso imperante na sociedade.
Mais tarde, na Grande Conversação, eu cheguei à conclusão de que, tentando unir o que psicanálise nos ensina à política, não é o discurso do amo o que devemos combater, porque esse discurso é o do inconsciente e é estrutural. Claro, temos que tentar velar para esse discurso não chegue à forma obscena da ditadura.
Mas ao que teríamos que nos opor é ao discurso capitalista, sobretudo na forma perversa atual do neoliberalismo. Esse discurso, agora imperante, nos transforma a todos em mercadoria e degrada todos os outros discursos para transformá-los em réplicas dele: o discurso universitário se transforma em linha de produção de trabalhos sem reflexão, o discurso da psicanálise cede lugar nas preferências ao TCC, etc.
Como, agora no nível social, introduzir o tempo de compreender dentro da dominância do discurso capitalista atual, que nos contamina a todos com seu gozo mortal?
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CRÉDITOS
Comissão de publicação do ICP-RJ: Cristina Duba (coordenação), Arthur Chicralla, Cecília Moraes, Leonardo Miranda, Luiza Sarrat Rangel, Sandra Landim, Tatiana Grenha e Thereza De Felice