PSICANÁLISE E MEDICINA
- Coordenação: Andrea Vilanova e Vinícius Darriba.
- Periodicidade e horário: 1as e 3as terças-feiras, às 20:30h.
- Início: 07 de março de 2023.
Ao longo de 2022 trabalhamos em torno da presença do analista, interrogando como se constitui um caso para a psicanálise. A partir de casos trazidos por participantes do Núcleo, oriundos de suas próprias práticas, desenvolvemos o trabalho do semestre na direção do que veio a se decantar como tema da Conversação dos Núcleos do ICP, realizada em dezembro último: ‘O que é um caso para a pesquisa clínica no ICP?’. Em nosso trabalho e no contexto da Conversação, destacou-se a articulação entre o estatuto do caso para a psicanálise e a presença do psicanalista, com o que pudemos dialogar com o tema do Encontro Brasileiro do Campo Freudiano, ocorrido em novembro: ‘Analista: presente!’.
O caminho percorrido em 2022 decantou novas questões para nós que relançam o trabalho do Núcleo a partir da investigação acerca dos efeitos da presença do psicanalista nas instituições. O binômio psicanálise e medicina renovado pelas discussões dos casos, atualiza a pergunta a respeito dos efeitos dessa presença para os coletivos das equipes e das instituições, ao mesmo tempo que nos interroga a respeito de seus efeitos para a própria psicanálise. De uma clínica que visa ao singular, passando pelos efeitos sobre o coletivo, e retorno, a questão da transmissão e da presença da psicanálise no mundo insiste como central em nossas interrogações. Como propôs Lacan, segundo Miller, em El banquete de los analistas, trata-se de sustentar uma nova articulação entre o dentro e o fora da Escola “justamente para impedir que o banquete dos analistas se feche, não apenas para que cheguem novas pessoas, mas para impor uma outra topologia, na qual o fora tenha lugar dentro”. (p.41). É nesta dobradiça que entendemos estar a articulação entre o Instituto e a Escola.
Por fim, pretendemos fazer dessa interrogação tripartite – que efeitos da presença do psicanalista instauram um caso, seus efeitos de transmissão nas instituições e o que retorna sobre a própria psicanálise – um exercício que nos permita circunscrever aquilo que renova a presença da psicanálise na civilização.