PRÁTICAS DA LETRA
- Coordenação: Tatiane Grova Prado.
- Coordenação conjunta: Bruna Musacchio Guaraná.
- Periodicidade e horário: sextas-feiras quinzenalmente às 10h30h.
- Início: 03 de março de 2023.
Nosso percurso no segundo semestre de 2022 nos levou de Madame Bovary aos passes de Silvia Salman e Florencia Dassen.
Fizemos um caminho a partir de como se delineou a gramática da fantasia nos passes de Salman e Dassen, contando que esta escrita desenhasse e evidenciasse a lógica da fantasia, indicando a presença do objeto e suas mutações no decorrer de uma análise.
Na leitura do passe de Salman, um sonho e uma lembrança se destacaram, fixando a gramática pulsional entre sujeito, objeto olhar e Outro, e deixando entrever a presença da outra mulher a partir da qual se coloca a pergunta sobre o gozo feminino (Salman, 2012).
Nos perguntamos como se localizaria esse Outro gozo e nos dirigimos ao passe de Dassen por colocar em jogo, fantasmaticamente, encarnações d’A mulher, o que perde consistência à medida em que se aproxima o final de análise.
Retomamos a questão de nosso programa do primeiro semestre de 2022: o gozo feminino poderia funcionar também como ponto de apoio e não apenas como disrupção?[1] Encontramos ressonâncias dessa pergunta em um texto de Salman, em que ela aponta outro trecho de Lacan: “O não todo não resulta de que nada o limita, mas que o limite se situa ali de outro modo” (Lacan apud Salman, 2014). Se há um limite que se situaria de outro modo, o gozo feminino poderia, então, “permitir um acesso a um novo arranjo do gozo com ele mesmo” (ibid.), o que está no horizonte de uma análise. Contaremos com investigações sobre a fórmula da sexuação para avançar na localização e na escrita do gozo feminino como apoio.