de Leonardo Lopes Miranda
Este texto traz questões sobre a psicanálise e a clínica nos dispositivos de Saúde Mental. A discussão parte da história da loucura, passando pelos movimentos da Reforma psiquiátrica no Brasil até chegar na clínica atual no Caps. Recorrendo a uma experiência clínico-institucional, ressalta a importância do processo da luta antimanicomial em defesa dos pacientes que sofriam violência durante a internação psiquiátrica. Discutindo, porém, a clínica da desinstitucionalização, aponta também para os riscos de outra forma de segregação nos Caps (Centro de Atenção Psicossocial), quando a clínica é apagada pela tentativa de normatização visando a um retorno adequado para a sociedade. No caso apresentado, a nosologia embasada no DSM foi o obstáculo para um trabalho clínico, ou seja, produziu ouvidos moucos diante do que estava sendo dito pelo sujeito. Assim, pretendo com esse texto abrir espaço para discussões sobre o trabalho psicanalítico diante da segregação da “loucura” nos dispositivos de Saúde Mental.
Leonardo Miranda