Conversação clínica: O que o caso da jovem homossexual ainda nos ensina?

 

A partir do caso da jovem homossexual, Lacan, no seminário 10, pg 128, aponta para a relação estrutural do sujeito com a. É na relação do sujeito com o Outro que ele se constitui como resto. Lacan, ao apontar as condições para a passagem ao ato, observa dois momentos: “o momento do encontro com o pai, no qual ela se identifica com o a, ao mesmo tempo que se vê rejeitada e afastada da cena”. O segundo momento é “o confronto do desejo com a lei, o confronto do desejo dela pelo pai, sobre o qual se constrói toda a conduta dela, com a lei que se fez presente no olhar do pai”.  A passagem ao ato é, portanto, o confronto do desejo com a lei. “É através disso que ela se sente definitivamente identificada com o a e … fora de cena. E isso, somente ao abandonar-se, deixar-se cair, pode realizar”.  Assim, o desejo, sempre lacunar em relação à sua própria satisfação, se articula com a lei que o regula. Ao identificar-se ao objeto face à lei que o proíbe, a jovem homossexual passa ao ato.

O declínio do pai e a ascensão do objeto no comando da civilização se traduz, entre outras modalidades, pela multiplicação dos recursos oferecidos pela ciência e uma crescente produção de novas formas de exercício da sexualidade e transformações nas concepções de gênero. Um novo campo de direitos se forma, impelindo a novas formas jurídicas. Uma pergunta se coloca para nós, sobre nossa responsabilidade como psicanalistas: nesse momento em que mudanças se precipitam, na primazia do discurso do mestre, forçando respostas no campo jurídico, como podemos, como psicanalistas, nos manter à altura dos princípios de nossa prática nesse campo social em transformação?

Em outras palavras ainda, se no campo do Direito e das lutas sociais, um sujeito é cada vez mais “senhor de si”, na sua relação com a verdade, seja no campo da sexualidade, do gênero, na decisão sobre seu sexo e seu corpo (na infância inclusive), como sustentar, a partir do princípio psicanalítico do “sujeito dividido” e sua “verdade sempre mentirosa”, a singularidade do desejo de cada um e que relações daí extrair nas indispensáveis conexões e desconexões com o campo do Direito?

TOXICOMANIAS E ALCOOLISMO

Coordenação: Sarita Gelbert

Coordenação adjunta: Rodrigo Abecassis

Periodicidade e horário: primeiras e terceiras terças-feiras do mês, às 20h00

Início: 03 de agosto

 

Nesse segundo semestre, vamos dar continuidade às articulações entre as toxicomanias e o amor.  Miller em 1995, usa a expressão “anti-amor” para indicar que a toxicomania apresenta uma relação diferente com o Outro, ou seja, prescinde dele. O toxicômano elege o objeto/substância em detrimento de sua relação com o Outro, que aparece como obstáculo, entrave ao fugaz conforto da ilusão de completude. Por outro lado, nota-se que uma outra relação com a linguagem se estabelece, onde o corpo é tomado como Outro.

Nesse sentido, faz-se necessária uma leitura e percurso sobre a incidência do amor nas toxicomanias e seus tratamentos. Logo, coloca-se uma questão fundamental: Como lidar com o delicado desafio do manejo na transferência? E as outras compulsões? Como o amor de transferência incidiria?

Apostar na psicanálise para esses sujeitos é tomar o amor de transferência como possibilidade de metaforização e parcialização do objeto que assume um status único de gozo, como também, estabelecer uma leitura que se dirija ao inconsciente real.

Propomos uma pesquisa para pensar se o manejo da transferência em algumas situações, implica num trabalho sobre esse Outro construído pelo toxicômano.

Vamos verificar.

 

Referências bibliográficas:

 

FREUD, S. (1912). A dinâmica da transferência. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, Rio de Janeiro: Imago, 1970, Vol. 12.

FREUD, S. Sobre a tendência universal à depreciação na esfera do amor, in Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1970, vol. 11.

FREUD, S. (1914) Observações sobre o amor transferencial (Novas recomendações sobre a técnica da psicanálise III) in Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1970, vol. 12.

FREUD, S. (1914) Sobre o narcisismo: uma introdução.  in Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1970, vol. 14.

LACAN, J. Seminário XX Mais, ainda. Jorge Zahar Editor: Rio de Janeiro, 1982.

MILLER, J.-A. A teoria do parceiro (1997). In: Os circuitos do desejo na vida e na análise. Contra Capa e Escola Brasileira de Psicanálise: Rio de Janeiro, 2000.

MILLER, J-A Revalorización del amor. In: El partenaire-síntoma. 1ª ed. 1ªreimp. Buenos Aires, Paidós, 2008.

MILLER, J-A. Do amor à morte ,Opção Lacaniana online nova série, Ano 1, Número 2,  Julho, 2010.

MILLER, J-A. Um conversa sobre o amor, Opção Lacaniana online nova série, Ano 1, Número 2,  Julho, 2010.

MILLER, J-A. O amor entre repetição e invenção, Opção Lacaniana online nova série, Ano 1, Número 2,  Julho, 2010.

MILLER, J-A. Minha garota e eu, Opção Lacaniana online nova série, Ano 1, Número 2,  Julho, 2010.

MILLER, J-A. Convergência e divergência, Opção Lacaniana online nova série, Ano 1, Número 2,  Julho, 2010.

MILLER, J-A. La pareja y el amor: Conversaciones clinicas com Jacques Alain Miller em Barcelona, 1ª ed., Buenos Aires, Paidós, 2003.

Naparstek, F. Da formação de ruptura ao parceiro-sintoma, Revista Quarto, 79, junho/2003 “Paradis toxiques” , Trad: Arryson Zenith Junior, p.44-45.

 

TOPOLOGIA

Coordenação: Ana Tereza Groisman, Angélica Bastos, Doris Diogo e Marcia Zucchi.

Periodicidade e horário: sextas-feiras, quinzenalmente, às 10h30

Início: 13 de agosto

 

Daremos continuidade à investigação dos recursos colocados em ação para constituir o imaginário do corpo e reparar o lapso do nó entre os registros. No segundo semestre, extrairemos consequências do estudo sobre a função do amor no caso da Jovem Homossexual, concentrando nosso interesse na incidência do amor sobre o enodamento do corpo, o objeto e a passagem ao ato.

Estudaremos a função de enlaçamento assumida pelos diversos modos de amor na neurose e na psicose, tais como o amor ao pai, o amor de transferência, as parcerias amorosas, etc, contemplando, sempre que possível, suas consequências sobre o corpo.

Para trabalharmos esses aspectos topológicos, recorreremos a textos teóricos, casos trazidos pelos integrantes do Núcleo, casos da literatura psicanalítica, além de apresentações de doentes conduzidas por Lacan.

Os encontros serão on-line, via Zoom. O link para a reunião será divulgado cerca de 15 minutos antes entre os participantes inscritos.

 

 

PSICOSE E SAÚDE MENTAL

Coordenação: Francisca Menta, Jose Marcos de Moura, Maria Antunes Tavares e Paula Borsoi

Periodicidade e horário: segundas e quartas terças-feiras do mês, às 19h30

Início: 10 de agosto

 

Durante o primeiro semestre, trabalhamos o livro de Gabriela Basz, ”Cuerpo e psicoses en la época”, onde a autora à partir do ensino de Lacan, da noção de parletre e   da lógica nodal, se utiliza da obra da dramaturga inglesa Sarah Kane, para estabelecer com muito rigor, qual o estatuto do corpo na psicose e seus desdobramentos.

O contato com esse texto, nos proporciona o inusitado e a surpresa de uma situação, que dificilmente conseguimos transmitir com nosso estudo teórico e na narrativa de nossa experiência clínica. Mesmo quando fazemos a construção de um caso clínico, algo escapa da narrativa e da reprodução discursiva. O recurso à obra de arte e o encontro dela com o singular de cada um, nos causa a vivência do acontecimento. Mobilizando nossos afetos, interrogando nosso desejo e posicionando nossas angustias

Vamos prosseguir em nossa pesquisa, utilizando os capítulos, 7,8,9 do livro citado acima. Nesse sentido esperamos avançar, em conceitos tais como: o rechaço ao amor e  a castração,  o corpo no século XXI, e o lugar do analista e a interpretação, tendo como referência a clínica da psicose.

Referências bibliográficas:

 

BASZ,G.  Cuerpo e psicoses en la época,BA, Grama Ediciones,2018

LACAN, J. O Seminário Livro 3 :As Psicoses,RJ,Jorge Zahar, 1985

LACAN,J. O Seminário Livro 23 : O sinthoma, RJ, Jorge Zahar , 2007

 

PSICANÁLISE E MEDICINA

Coordenação: Andrea Vilanova

Periodicidade e horário: primeiras e terceiras terças-feiras do mês, às 20h00

Início: 20 de julho

 

A retomada das atividades do núcleo vem se estruturando a partir de uma conversação entre os participantes, recolhendo a viva tensão entre psicanálise e medicina, a partir da experiência de cada um em seu trabalho nas instituições ou a partir de um interesse específico pelo tema. Tomamos como ponto de enlace a conferência de Lacan “O lugar da psicanálise na medicina”, de 1966. Seguimos orientados pelas diferentes perspectivas, frente ao saber que daí se decanta, com Lacan, buscando circunscrever os pontos de junção e  de disjunção que se sustentam entre medicina e psicanálise, desde o seu nascimento. Se, com Lacan em “A ciência e a verdade”, podemos afirmar que a prática da psicanálise não implica outro sujeito senão o da ciência, também podemos afirmar que é pela via do tratamento dado ao gozo que esses campos se distinguem.

Algumas questões vêm se articulando, entre elas: como ler os enlaces entre corpo e gozo diante das mutações no discurso do mestre? Como os fundamentos da psicanálise podem seguir nos orientando diante do cenário inédito que a internet introduz em nossa prática e na vida?

 

Referências bibliográficas:

 

LACAN, J. A ciência e a verdade. Em Escritos. Rio de Janeiro: Zahar ed. 1998.

LACAN, J. Da psicanálise e suas relações com a realidade.  Em Outros Escritos. Rio de Janeiro: Zahar ed, 2003.

MILLER, J-A. O triângulo dos saberes. Em Opção Lacaniana online nova série. Ano 8. Número 24. nov 2017.

MILLER, J-A Uma fantasia. Conferência IV congresso AMP – Comandatuba, 2004.

 

PSICANÁLISE E DIREITO

Coordenação: Cristina Duba

Periodicidade e horário: segundas e quartas sextas-feiras de cada mês, às 16h00

Início: 13 de agosto

 

O Núcleo de Pesquisa de Psicanálise e Direito seguirá o programa do primeiro semestre, buscando investigar a questão da política para a psicanálise, a partir da consideração de pontos de conexão e diferença entre o direito e a psicanálise.

 

PRÁTICAS DA LETRA

Coordenação: Tatiane Grova Prado

Coordenação adjunta: Bruna Guaraná

Periodicidade e horário: sextas-feiras, quinzenalmente, às 10h30

Início: 06 de agosto

 

Tratamentos do gozo pela escrita

 

Neste ano, nossa pesquisa começou o primeiro semestre com a escrita dos contos de Clarice Lispector, para o que dali se apresentava em ruptura com toda a cena da organização fálica prévia da narrativa. Ruptura pela via de um amor não-todo que inunda a cena e “é um amor muito maior que estou exigindo de mim – é uma vida tão maior que não tem sequer beleza” (Lispector, 1998).

Se, por um lado, o amor pode ser dar o que não se tem, também pode ser, com Clarice, uma imersão em uma imensidão sem limites, sem bordas demarcadas de saída. Não seria essa a experiência do gozo não-todo abordado por Lacan nas fórmulas da sexuação no Seminário 20?

A circunscrição dessa experiência pela escrita da Clarice nos levou a buscar articulá-la na histeria, tanto no caso Dora, quanto no caso da Jovem Homossexual. E a pensar, através da leitura do livro de Márcia Rosa, Por onde andarão as histéricas de outrora?, qual a relação na experiência do inconsciente desses dois casos e entre as novas histéricas e o nosso atual tempo. Ou seja, quais as consequências para a experiência do inconsciente na análise da mudança do estatuto do Outro, com a queda do falocentrismo?

Esperamos buscar responder a essa e outras questões que foram surgindo ao longo da investigação por meio do que pudemos apreender pela escrita de escritores, tal como foi Helene Cixous em O retrato de Dora – e outros, não necessariamente mulheres – que possam servir de orientação à articulação da escrita com o gozo não-todo.

 

Referências bibliográficas: 

 

CIXOUS, H. (1976) Retrato de Dora. [Edição em Espanhol] Trad. Agustina Saubidet. Editora Las Furias, 2020.

FREUD, S. (1905) “Fragmento da análise de um caso de histeria”. ESB. Vol. VII. Rio de Janeiro: Imago, 1989.

FREUD, S.  (1920) “A psicogênese de um caso de homossexualismo numa mulher”. ESB. Vol. XVIII. Rio de Janeiro: Imago, 1989.

LACAN, J. (1972-73) Seminário 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

LACAN, J. (1975-76) Seminário 23: o sinthoma. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.

LISPECTOR, C. A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

LACAN, J. Crônicas para jovens: de escrita e vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2010.

LACAN, J. Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016.

ROSA, M. Por onde andarão as histéricas de outrora? Um estudo lacaniano sobre as histerias. Belo Horizonte: edição da autora, 2019.

 

 

 

CLÍNICA E POLÍTICA DO ATO

Coordenação: Ondina Machado

Coordenação adjunta: Leonardo Lopes Miranda

Periodicidade e horário: segundas e quartas sextas-feiras do mês, às 14hs

Início: 13 de agosto

 

Neste segundo semestre prosseguiremos sob o signo do amor  trilhando os caminhos do amor na vertente paterna em Freud procurando entender a proposta de um amor mais digno vindo do último ensino de Lacan. Trata-se do amor como laço, o que nos permitirá pensar a sustentação do laço amoroso, do ato político ou mesmo de uma análise.

Falar em amor na psicanálise, como escreve Freud, nos remete ao fenômeno da transferência que, atualmente, se dá além da exigência do saber. Este será nosso eixo de trabalho, guiando-nos pelos desdobramentos da questão apresentada no argumento de Ram Mandil – “O que seria o amor de transferência, por exemplo, como demanda de presença pura, quando os signos do amor parecem reduzidos ao mero batimento presença/ ausência?”

Referências bibliográficas:

 

ARGUMENTOS. Site do X ENAPOL. Disponivel em: http://x-enapol.org/pt/argumentos/

MILLER, J.-A. O amor entre repetição e invenção. Em: Opção Lacaniana online nova série, n. 2 de Julho 2010. Acesso: http://www.opcaolacaniana.com.br/pdf/numero_2/O_amor_entre_repeticao_e_invencao.pdf

LACAN J. (2011). A Terceira. Opção Lacaniana, Revista Brasileira     Internacional, São Paulo. Edições Eolia, n. 62. (Original publicado em 1974).

LACAN. J [1972-1973] O seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 2008.

 

 

A criança no discurso analítico – Curumim

Coordenação: Maria do Rosário Collier do Rego Barros e Maria Antunes Tavares

Periodicidade e horário: segundas e quartas terças-feiras do mês, às 21h00

Início: 10 de agosto

 

No próximo semestre, continuaremos nossa pesquisa sobre a sexuação nas crianças e buscaremos tirar consequências das nossas elaborações no primeiro semestre sobre os impasses do sexual e dos arranjos da sexuação. Caminharemos para situar o que mudou no lugar da criança na família e que efeitos isso terá em seu processo de sexuação, tanto em relação às suas identificações como em relação ao que vai se constituindo como seu modo de gozo. Nossa pesquisa visa a dar uma contribuição ao tema da Nova Rede Cereda para os próximos dois anos , “Sobre a sexuação: a criança e seus pai”, e para o tema da próxima Jornada do Instituto da criança, “Pais exasperados – crianças terríveis”. Partiremos do texto de orientação de Daniel Roy sobre o tema para abordar a “crise que se encontra no fundamento mesmo da familia”, que, como indica ele, é bem diferente de uma crise na família.

 

Referências bibliográficas:

 

BROUSSE, M-H. Un neologismo de actualidad: la parentalidad. Enlaces, Buenos Aires, ano 8, n. 11, p. 64-68, jun. 2006.

BONNAUD, H. L’inconscient de l’enfant: du symptôme au Désir de Savoir. Prefácio de Jacques-Alain Miller. Paris: Navarin; Le Champ freudien, 2013. p. 9-11.

LACAN, J. ( 1972-73) ” Letra de uma carta de Almor”. Rio de janeiro. Jorge Zahar, 2008.

LACAN, J. (1975-76) ” Do inconsistente ao real”. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, 2007.

LACAN, J. Nota sobre a criança. In: LACAN, Jacques. Outros Escritos. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 607 p. (Campo Freudiano no Brasil). Título original: Autres écrits.

LACAN, J. O mal entendido. Opção Lacaniana, São Paulo, n.72, p. 9-12, nov. 2016.

LAURENT, E. Existe um final de análise para as crianças. Opção Lacaniana , n. 10, p. 24-33, abr/jun 1994.

MILLER, J-A. Assuntos de família no inconsciente. aSEPHallus, v. 2, n. 4, maio/set. 2007. Disponível em: http://www.isepol.com/asephallus/numero_04/asephallus04.pdf. Acesso em: 08 jul. 2021.

ROY, D. Parents exaspéres – enfants terribles. In: Journée de l’Institut psychanalytique de l’Enfant, 6, 2021, [videoconferência]. Disponível em: https://institut-enfant.fr/wp-content/uploads/2021/01/PARENTS_EXASPERES.pdf. Acesso em: 9 jul. 2021. Texto de orientação para a 7ª Journée de l’Institut psychanalytique de l’Enfant.

 

Conversação Clínica do ICP

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